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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Livro contatará a importância de Touros no descobrimento do Brasil.

Em seu pequeno apartamento do Residence, Lenine Pinto mantém a rotina de navegações na internet ou no papel. O escritor também fez viagens a Portugal e EUA
Lenine Pinto realiza pesquisas para conclusão de livro.
A esquina da América do Sul é um ponto estratégico importante desde tempos imemoriais, e testemunhou um movimento intenso de navegadores forasteiros bem antes da data ‘oficial’ do ‘descobrimento’ do Brasil, por Cabral, há quase 514 anos. As aspas simples sinalizam dúvida, controvérsia, afinal a História documentada e ensinada nas escolas do país seguem diretrizes eurocêntricas, e não faltam teses contestando essa ‘verdade’ imposta. Se na primeira metade do século 20 Natal serviu como ponto de apoio para a expansão da aviação civil mundial e ainda como base Aliada durante a 2ª Guerra Mundial, nos séculos 15 e 16 o litoral do RN era parada obrigatória para quem desbrava o Atlântico e procurava uma rota alternativa para as Índias.

Esse movimento de naus e caravelas na costa potiguar serviu como ponto de partida para o pesquisador e historiador Lenine Pinto elaborar o novo livro “Herança de Netuno”. Defensor da tese de que o Brasil foi ‘descoberto’ na região de Touros, Lenine trabalha desde 2007 nesta obra que reforça o papel do litoral do Rio Grande do Norte na conquista do Novo Mundo pelos navegadores que desbravam o Atlântico à mando das coroas portuguesa e espanhola.

No livro, ainda sem data para lançamento pois a pesquisa ainda não foi concluída, o historiador esmiúça a cronologia das grandes navegações e traz argumentos fundamentados em documentação consultada em arquivos dos Estados Unidos, Portugal, Inglaterra e Itália que podem alterar o entendimento do período. Ele adianta que já passou de 150 páginas e diz que a edição poderá sair com apoio das prefeituras de Touros, São Miguel do Gostoso e Pedra Grande, município envolvidos na polêmica tese levantada nos livros “Reinvenção do Descobrimento” (1998) e “Ainda a questão do descobrimento” (2000).

Obsessão pelo tema? Talvez. Lenine tem explicações na ponta língua para cada passagem histórica mal explicada. Evidências, se cruzadas todas as informações, não faltam.

De acordo com ele, os historiadores “sabem da dificuldade” de recompor a História das navegações devido o sigilo com que as descobertas eram tratadas. “Os portugueses tinham uma política de sigilo tão rígida, que os próprios segredos de Estado eram segredo. Então há muito a ser dito, descoberto e corrigido. O certo é que o que aconteceu de verdade não é o que está escrito nos livros escolares”.

Aos 84 anos, Lenine Pinto diz que esse pode ser seu último livro devido a saúde: “Se conseguir, depois desse termino um outro já iniciado sobre a atividade naval dos ingleses durante a 1ª Guerra Mundial”, revelou durante entrevista concedida em seu flat, um quarto e sala repleto de mapas e estantes com livros de história. Fumante, ele consegue algum alívio do enfisema pulmonar com auxílio de pastilhas Valda.


TN

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